Drs. Daniel Sigulem e Nestor Schor


Rinite Alérgica: novas recomendações!

10/05/2015 11:25

A Rinite Alérgica (RA) é uma resposta inflamatória da mucosa nasal que ocorre quando entra em contato com alérgenos, como o pólen, poeira, pelos etc., provocando corrimento nasal, congestão, prurido e espirros. Esta caracterização foi estabelecida por especialistas americanos e as recomendações foram publicadas na revista Otolaryngology–Head and Neck Surgery em fevereiro de 2015.

Consideraram que a RA é bastante comum acometendo 1 em cada 6 americanos que gastaram de 2 a 5 bilhões de dólares em medicamentos e mais cerca de 2 a 4 bilhões decorrentes ao absenteísmo. Interessante que observaram que 800.000 a 2 milhões de dias escolares foram perdidos pela RA.

Sugerem que os clínicos devem utilizar esteroides intranasais associados aos anti-histamínicos de 2ª geração (que dão menos sono).

Não devem prescrever antagonistas orais de leucotrienos como terapia de primeira escolha para RA ou mesmo solicitar imagens para evitar exposição desnecessária à irradiação. O diagnóstico deve ser realizado com base na história clínica, nos sintomas, no exame clínico e nos testes de alergia.

Os esteroides intranasais são efetivos e superiores a outras terapias, melhorando os sintomas tanto em adultos como em crianças. A melhora da qualidade de vida e o sono são significantes. Os anti-histamínicos orais de 2ª geração, genéricos, tem efeito rápido, podem ser administrados uma vez ao dia, efetivos na manutenção dos sintomas e de baixo custo, já que são apresentados vários genéricos ou similares. Pode ocorrer falha de efeito com um deles podendo ser trocado com sucesso para outro tipo, da mesma classe de medicamento.

A imunoterapia sublingual ou subcutânea pode ser indicada quando não houver resposta terapêutica adequada ao tratamento de primeira escolha (esteroides intranasais e anti-histamínicos). Entretanto são necessários estudos adicionais para comprovação da segurança e eficácia da imunoterapia bem como das modificações ambientais, como retirada de animais de estimação ou métodos de filtração do ar, ainda não estabelecidos.

 (Otolaryngol Head Neck Surg. Published online February 2, 2015.)

Nota dos Editores do “News Medicine Today”:

Existem no mercado brasileiro várias alternativas de esteroides intranasais de 2ª geração (absorvidos menos do que 1%), já os de primeira geração tem absorção entre 10 e 50% e, portanto com maior chance de causarem efeitos colaterais sistêmicos. Como exemplos dos de 2ª geração:

1-Fluticasona (Nasal) (substância ativa). Referência: Avamis® (Glaxo); Flixonase Aquoso® (GlaxoSmithKline); Flutican® (Glenmark); Genérico: não. Similar: Plurair® (Libbs)

2-Mometasona (Nasal) (substância ativa). Referência: Nasonex® (Schering-Plough) Genérico: não. Uroato de mometasona monoidratado equivalente a furoato de mometasona

3-Ciclesonida (substância ativa). Referência: Omnaris® (Takeda)

Os anti-histamínicos de 2ª geração (induzem menos sono, efeito rápido e prolongado), como exemplos disponíveis no mercado brasileiro: Loratadina (tem genérico), Cetirizina (Zyrtec®)(tem genérico), Azelastina (Rino-lastin®)(tem genérico), Olopatadine (Patanol®)(tem genérico)

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