Drs. Daniel Sigulem e Nestor Schor


A indústria americana da manicure é muito mais perigosa do que as pessoas percebem (como será a nossa?)

10/05/2015 11:26

Alguns ingredientes utilizados nos produtos para unhas foram relacionados ao câncer, abortos e doenças pulmonares.

A prevalência de doenças respiratórias e de pele entre os trabalhadores de salões de beleza é amplamente reconhecida. Mais incerto, no entanto, é o risco de problemas médicos mais graves. Algumas das substâncias químicas em produtos para unhas são conhecidos por causar câncer; outras têm sido associadas ao desenvolvimento fetal anormal, abortos e outros danos à saúde reprodutiva. 

Um estudo de 2006, publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine, que incluiu mais de 500 manicures do Colorado encontrou em cerca de 20% delas uma tosse na maioria dos dias e noites. O mesmo exame mostrou que aquelas que trabalharam com unhas artificiais apresentaram cerca de três vezes maior chance de ter asma no trabalho do que alguém da população geral.

Uma série de estudos descobriram que cosmetologistas - grupo que inclui manicures, bem como cabeleireiros e maquiadores - têm elevados índices de morte por doença de Hodgkin (linfoma), de bebes com baixo peso ao nascerem e de mieloma múltiplo, uma forma de câncer. Pouco se conhece sobre a influência destes produtos nas mulheres usuárias dos esmaltes para as unhas. 

Dos 20 ingredientes comuns dos esmaltes para unhas listados pela Agência de Proteção Ambiental Americana (E.P.A.), 17 são perigosos para o trato respiratório. A super exposição a cada um deles induz sintomas como dor de garganta ou dor ao respirar, respiração difícil ou falta de ar.

Formaldeído, mais conhecido por seu uso em embalsamamento, é um agente de endurecimento em produtos para unhas. Em 2011, o Programa Nacional de Toxicologia dos Estados Unidos, o classificou como um carcinogênico humano. Em 2016, ele será proibido nos cosméticos na União Europeia.

Tolueno, é um tipo de solvente que ajuda polir as unhas. A E.P.A. diz que pode prejudicar a função cognitiva e dos rins. Além disso, a exposição repetida durante a gravidez pode "afetar adversamente o desenvolvimento do feto", segundo a agência.

Dibutilftalato , denominado PAD, torna as unha mais brilhantes. Na Austrália, ele é listado como um tóxico reprodutivo e deve ser rotulados com a frase "pode causar danos ao feto" e " possível risco de comprometer a fertilidade”. A partir de junho, o PAD será proibido em cosméticos da Austrália. É um dos mais de 1.300 produtos químicos proibidos de uso em cosméticos na União Europeia. 

Os esmaltes hipoalergênicos também são chamados de 3free, pois não possuem as 3 substâncias: tolueno, formaldeído e o dibutilftalato.

https://www.nytimes.com/2015/05/11/nyregion/nail-salon-workers-in-nyc-face-hazardous-chemicals.html?emc=edit_th_20150509&nl=todaysheadlines&nlid=37678442&_r=0 (recomendo a leitura)

https://www.businessinsider.com/the-us-manicure-industry-is-poisoning-its-workers-2015-5#ixzz3ZeGIq8ct  (química do esmalte)

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17033506

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9452706

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